Espiritualidade ou Religiosidade: o desafio da liderança ministerial

Texto: 1 Timóteo 1:12-17

Como pastores e líderes devemos estar preparados para os desafios da nossa geração, tomando o cuidado para não perdermos a essência e a simplicidade do Evangelho. Há muita religiosidade, pouca espiritualidade. “Espiritualidade de pavão”: as asas são bonitas, mas os pés são feios. Infelizmente, vemos muita palha,  pouco fogo. A palha impressiona, faz volume, mas não resiste ao fogo. A religiosidade produz muita fumaça, mas não produz fogo.

Paulo escreve a Timóteo, seu filho na fé e discípulo. a. Deus o considerou fiel; b. Deus o designou para o ministério. (Um verdadeiro líder não se faz por mera nomeação, por indicação humana ou através de um “jeitinho eclesiástico”. Ministério é chamado divino. É a misericórdia e o transbordar da graça de nosso Senhor Jesus, transformando pessoas improváveis em líderes autênticos que marcam a sua geração.

MARCAS DE UMA LIDERANÇA GENUÍNA E ESPIRITUAL:

  1. A verdadeira liderança é marcada pela obediência a Deus.

Oswald Chambers disse: “o melhor critério para se medir uma vida espiritual não são os êxtases, mas a obediência.” Não é a nossa performance ministerial, nossa estrutura eclesiástica, mas nossa obediência a Deus.

Exemplo: o fariseu e o publicano. Dois exemplos de religiosidade e de espiritualidade. O irmão do pródigo: nunca transgredi uma lei, uma ordem tua… Ele obedecia e cumpria regras, não por amor, mas obedecia por obedecer, não era capaz de demonstrar amor ao seu irmão. Fica triste e indignado quando vê o pai fazendo festa para o seu irmão. Será que o irmão do pródigo não congrega conosco?

  • A verdadeira liderança é marcada pela graça de Deus.

Paulo disse que a graça de Deus transbordou com a fé é o amor que há em Cristo.

Nosso ministério precisa expressar ou manifestar a graça de Deus. Eu não me refiro à hipergraça, uma graça sem graça e barata, mas uma graça que acolhe, que perdoa.

Exemplo: a mulher apanhada em flagrante adultério. Todos estão prestes a apedrejá-la, enquanto Jesus escrevia no chão. Quantas teses escritas sobre o que Ele possivelmente escrevia. Na verdade, Ele livra a mulher dos olhos acusadores. “Nem eu te condeno…”

O teólogo David W. Dyer escreveu: “Cristo despojou-se da coroa para coroar-nos; pôs de lado suas vestes para cobrir-nos dos farrapos; desceu do céu para conservar-nos fora do inferno; jejuou 40 dias para poder banquetear-se conosco por toda a eternidade; desceu do céu à terra só para nos enviar da terra ao céu.”

Isto é o Evangelho da graça.

  • A verdadeira liderança é aquela capaz de libertar pessoas.

Não uma liderança manipuladora, dominadora, que subjuga, mas aquela capaz de libertar vidas. Exemplo: Jesus libertou um rapaz possuído por uma legião de demônios. Qual o seu nome? Legião é um título, um cargo. Os demônios às vezes se escondem atrás de um título; talvez a razão de tantos conflitos internos por causa de um cargo. Querem um cargo, mas não um encargo.

Jesus o libertou. Os demônios preferiram os porcos aos homens. Deus nunca nos chamou para sermos grandes pregadores, grandes cantores, grandes músicos, mas SERVOS.

  • A verdadeira liderança é caracterizada pela fidelidade:

Paulo disse que Deus o considerou fiel. Algumas dimensões desta fidelidade:

a. À família: vivemos uma das maiores crises na família que têm sido combatida pela mídia e a homossexualidade sendo incentivada. Arnaldo Jabor disse: ” a homossexualidade já foi combatida, depois tolerada, hoje ela é incentivada. Vou embora antes que seja obrigatória.”

b. À Palavra: vivemos um tempo de evangelho diluído, fragilizado, modificado, o que gera uma igreja enferma. Quanta palha sendo oferecida nos púlpitos…

c. Ao chamado: não desista do chamado, apesar de tudo e de todos. Pastores se sentem sozinhos, com poucos amigos, e, muitas vezes, são vítimas de ingratidão e do desrespeito.

Conclusão: Que o nosso ministério seja pautado pela verdadeira espiritualidade! Devemos nos despojar das vestes da religiosidade para que o nosso ministério frutifique e cresça para a glória do Senhor.

Pr. Marcos Zengo